Foi enterrado,
hoje, em São Paulo Aziz Ab’Saber um dos mais ilustres geógrafos que o Brasil já
teve. Referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e aos impactos
ambientais, Ab’Saber faleceu, aos 87 anos, após um enfarte, em sua residência.
Apaixonado pelo Brasil,
o pesquisador sempre esteve atento aos assuntos nacionais. E, por isso,
defendia uma participação ativa dos cientistas em movimentos sociais. Foi um ferrenho opositor das mudanças do
Código Florestal Brasileiro que afirmava ser mais uma forma de desmonte da
política ambiental do país. De acordo com Sociedade para o Progresso da Ciência
(SBPC), entidade na qual Ab’Saber foi presidente, o estudioso chegou a sugerir
a criação de um Código da Biodiversidade para implementar a proteção a espécies
da flora e da fauna.
Ganhou vários prêmios
ao longo da carreira. Recebeu o Prêmio Jabuti em ciências humanas, em 1997 e 2005, e em
ciências exatas, em 2007; o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e
Tecnologia, dado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), em 1999; o Prêmio UNESCO para Ciência e Meio Ambiente, em
2001; e a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra pela Academia Brasileira de
Ciências.
Incansável na luta pela
preservação do patrimônio natural brasileiro, o geógrafo trabalhou até um dia
antes de sua morte, quando entregou à Universidade São Paulo, onde lecionava,
todo trabalho de uma vida: um conjunto de DVDs com sua obra completa.
Mais do que um vasto
material de pesquisa e descobertas das riquezas nacionais, Ab’Saber deixa vivo o anseio por um Brasil, país
do futuro: espelho de riqueza, mas também do respeito com a sua terra.
-- Eu antes de me
preocupar com o meu estado ou lugar onde eu nasci, eu me preocupo com o Brasil.
E isso deveria ser um ideário do brasileiro” -- Aziz Ab'Saber
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