terça-feira, 3 de abril de 2012

Eterno Orfeu

A história do ator que protagonizou o único filme brasileiro a ganhar um Oscar e que ganhou o coração da mãe do presidente dos Estados Unidos.



A história de vida de Breno Mello tomou um rumo diferente dos sonhos de menino aspirados na cidade de Porto Alegre. Ainda pequeno, seu principal hobby era correr atrás de uma bola de futebol.  Brincadeira que virou coisa série quando se tornou jogador profissional pelo clube Renner. Com o time de Porto Alegre conseguiu a proeza de ser campeão gaúcho de 54, rompendo a sequência de "Gre-Nais", tornando-se ídolo do anos 50. Após a vitória, foi contratado pelo time do Fluminense, época em que conheceu Pelé.

Foi na cidade carioca, em 1958, que Breno teve seus planos mudados.Um dia passeando na praia foi abordado pelo cineastas francês Marcel Camus, que procurava atores para a adaptação que fez da peça de Vinicius de Moraes "Orfeu da Conceição". A empolgação do diretor com Breno fez com que na época o ator/jogador suspeitasse das intenções do francês, conforme relatou em entrevista ao jornalista Luiz Nassin." Pensei que ele fosse gay", confessa Melo.

O diretor não era gay. E dias depois Breno seria selecionado para encarnar o Orfeu Negro de Camus. Apesar das intensas críticas no país, o filme fez grande sucesso no exterior. Sendo o único filme brasileiro a ganhar um Oscar: o de melhor filme estrangeiro. O longa também acabou faturando a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

O filme é curioso não somente pela história inspirada na clássico grego de Orfeu, mas também pela escalação do elenco. Além de Breno como esportista, a personagem Morte foi interpretada por Adhemar Ferreira de Lima primeiro atleta brasileiro a ser bicampeão nas Olimpíadas.

Com Orfeu Brenno ganha o mundo. Ao contracenar no longa com a atriz americana Marpessa Dawn será sempre lembrado como um Galã ou mesmo um Deus de Ébano. A beleza de Breno está associada a uma curiosa história envolvendo o atual presidente dos EUA, Barack Obama. Segundo relatos do próprio presidente, foi por causa do personagem de Breno que sua mãe, de aparência nórdica, teria se encantado por seu pai, que se assemelhava ao ator brasileiro.

Com sucesso de Orfeu fora do país, Breno continuo investindo em sua carreira como ator. Irá participar de filmes como Os Vencidos, Rata de Puerto, O Santo Módico, O Negrinho do Pastoreio e o último, em 88, Prisioneiro do Rio.

Após isso, afastou-se das telinhas sem ganhar o reconhecimento e respeito que gostaria no seu país. Em 2004, aceita participar de um documentário para TV À la recherche d'Orfeu Negro que destaca a importância do filme Orfeu Negro  para a divulgação da música brasileira no mundo, em especial para a bossa nova.

Breno irá falecer, em sua cidade natal  Porto Alegre, aos 78 anos, após um enfarte.


















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