domingo, 1 de abril de 2012

Ordos: uma moderna cidade fantasma na China


É difícil imaginar que em um país populoso como a China, com cerca de 1,3 bilhões de habitantes, haja lugares vazios ou mesmo abandonados. Mas o distrito de Ordos, Kangbashi,  é mais uma prova da contradição de um país marcado pelas disparidades.

Conhecida como a " Cidade Vazia", o moderníssimo Distrito de Ordos era uma cidade pobre no interior da Mongólia. Em 2004, a descoberta de grandes reservas de carvão e gás natural na região levou o governo chinês a investir 161 bilhões de dólares na  construção do distrito que deveria abrigar mais de 1 milhão de chineses. O plano não se consolidou. Hoje, vivem na região em torno de 30 mil chineses. Todos funcionários públicos.

O motivo do fracasso está nos altos preços do metro quadrado, além do receio de que a região não venha a se tornar uma area atrativa para o comércio e outros serviços, mesmo com a intensa campanha pró-Ordos feita pelo governo.

A mais recente tentativa de deslocamento da população para o  local foi o envio dos melhores professores.“Mas o pais não vêm. Eles apenas enviaram os seus filhos para morar aqui”, conta Qing Liming, uma professora de inglês recém-contratada. Qing já fez seu próprio negócio na região. “Pago aluguel de 50 mil iuanes (R$ 14 mil) por ano ao dono da minha casa, mas cobro 1,7 mil iuanes (R$ 500) por mês de cada uma das 23 crianças que tenho aqui”. Qing tem um lucro de quase 400 mil iuanes (R$ 115 mil) por ano utilizando sua casa vazia como alojamento. 

Com cinco anos para ser construído, o distrito de Ordo apresenta ruas largas, belos prédios, casas confortáveis, centros comerciais, praças amplas e até um Museu de Arte em formato futurista. No entanto, pelo fato da população ser muito pequena, não possui serviços como de internet banda larga, hospitais.

Em reportagem publicada no site da Band, o  jornalista Jordan Pouille escreve que o distrito, apesar de ultra-moderno, ainda conserva as marcas de um governo repressor. O edifício do jornal local e a agência de propaganda ficam em frente à sede do governo, junto com algumas estátuas do guerreiro mongol Genghis Khan.













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