segunda-feira, 2 de abril de 2012

O retorno do caso Jorgina de Freitas

Hoje, a Polícia Federal divulgou a prisão de Raimundo Linhares de Araújo, de 82 anos. Ele era o último acusado de integrar a quadrilha de Jorgina de Freitas, responsável  por um dos maiores roubos cometidos ao INSS na década de 90. Linhares, que foi preso na quinta-feira, foi encaminhado ao Presídio Ary Franco, onde deve cumprir a pena de 11 anos ao qual já havia sido condenado.

O caso Jorgina deixou um país indignado. Por isso, o Lugar de Memória lembra quem foi e o que aconteceu à advogada e procuradora da previdência.

No ano de 1992, Jorgina Maria de Freitas Fernandes era uma advogada e procuradora da previdência. Não havia nada que a associa-se à peculato, fraudes e roubos crimes pelos quais ela seria condenada a pagar 14 anos de sua vida na prisão.

O caso Jorgina chegou à imprensa após uma denúncia envolvendo o Ministro da Previdência do presidente Fernando Color, Antônio Rogério Magri. A partir daí, uma série de investigações começaram ser feitas e descobriu-se que Jorgina era a responsável por comandar um esquema fraudulento que envolvia diversas autoridades, advogados, procuradores do INSS e juízes no Rio de Janeiro. Na época, a quadrilha roubou 310 milhões de reais, valor que alcançaria quase 50 % das contribuições arrecadadas pelo fundo na época. Do total desse valor,  somente 82 milhões seriam reavidos.

Antes de ser condenada pela justiça, Jorgina já havia fugido para Miami, nos Estados Unidos, onde viveu por mais de dois anos. De lá, em 1994, ela partiu com os dois filhos para Costa Rica. Nesse mesmo ano, uma mulher que se dizia faxineira da advogada  revelou,  à embaixada brasileira em Miami,  três contas que a ex-patroa mantinha.Ao que tudo indica, a suposta faxineira teria agido por vingança pelo não recebimento de quantias de dinheiro. Investigações da polícia levam a crer que a mulher fazia parte do esquema de roubo do INSS.

Em 1995, Jorgina deixa São José par viver no norte da Costa Rica, próximo à fronteira com a Nicaragua. A polícia acaba perdendo o rastro da fugitiva. Somente um ano depois, a polícia recebe novas informações de que Jorgina estaria fazendo um passeio pela Europa e retornaria para Costa Rica.

Em 97, a polícia decide grampear os telefones da família da advogada no Rio. Além de prender o irmão dela condenado por peculato. Nesse mesmo ano, no dia 15 de outubro, a PF intercepta uma ligação entre uma das irmãs de Jorgina, Ana Nery, e um costarriquenho. O homem falava em nome de "Gutierrez" e pedia informações sobre a prisão de Francisco. Pelos telefonemas seguintes, os policiais souberam que Gutierrez era apenas um codinome de Jorgina. Também descobriram que ela preparava uma entrevista ao repórter Roberto Cabrini, da Rede Globo, que foi ao ar no dia 31 de outubro. 

Duas semana depois da interceptação, Jorgina decide se entregar à justiça da Costa Rica e é levada para a o presído El Bueno Pastor. Local que permanecerá até a extradição.  A partir dai Jorgina é encaminhada, sob regime fechado para Intituto Penal Talavera Bruce, onde coordenará o Concurso 'Miss Presidiária". Após 14 anos presa, ela é solta no dia 12 de junho de 2010. 

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