sábado, 17 de março de 2012

Sonho que sobrevive



Foi enterrado, hoje, em São Paulo Aziz Ab’Saber um dos mais ilustres geógrafos que o Brasil já teve. Referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e aos impactos ambientais, Ab’Saber faleceu, aos 87 anos, após um enfarte, em  sua residência.

Apaixonado pelo Brasil, o pesquisador sempre esteve atento aos assuntos nacionais. E, por isso, defendia uma participação ativa dos cientistas em movimentos sociais.  Foi um ferrenho opositor das mudanças do Código Florestal Brasileiro que afirmava ser mais uma forma de desmonte da política ambiental do país. De acordo com Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade na qual Ab’Saber foi presidente, o estudioso chegou a sugerir a criação de um Código da Biodiversidade para implementar a proteção a espécies da flora e da fauna.
Ganhou vários prêmios ao longo da carreira. Recebeu o Prêmio Jabuti em ciências humanas, em 1997 e 2005, e em ciências exatas, em 2007; o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, dado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1999; o Prêmio UNESCO para Ciência e Meio Ambiente, em 2001; e a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra pela Academia Brasileira de Ciências.
Incansável na luta pela preservação do patrimônio natural brasileiro, o geógrafo trabalhou até um dia antes de sua morte, quando entregou à Universidade São Paulo, onde lecionava, todo trabalho de uma vida: um conjunto de DVDs com sua obra completa.
Mais do que um vasto material de pesquisa e descobertas das riquezas nacionais,  Ab’Saber deixa vivo o anseio por um Brasil, país do futuro: espelho de riqueza, mas também do respeito com a sua terra.
-- Eu antes de me preocupar com o meu estado ou lugar onde eu nasci, eu me preocupo com o Brasil. E isso deveria ser um ideário do brasileiro” -- Aziz Ab'Saber

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